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Janja Fala sobre TikTok em Jantar com Xi Jinping e Quebra Protocolo Diplomático

Durante jantar com o presidente da China, Janja rompe o protocolo diplomático ao abordar o uso do TikTok, gerando repercussões no Itamaraty, nas redes sociais e dentro do próprio governo — entenda os reflexos dessa atitude e o que ela revela sobre o papel da primeira-dama.

Janja

Na última segunda, 19 de maio de 2025, a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, virou o centro das atenções ao admitir uma quebra de protocolo durante um jantar com o presidente chinês Xi Jinping, em Pequim. No evento, ela pegou todos de surpresa ao pedir a palavra para criticar os algoritmos do TikTok, algo que gerou um climão na comitiva brasileira e uma onda de críticas no Brasil. Mas Janja não recuou: em um discurso em Brasília, ela deixou claro que “não há protocolo que me faça calar” quando o assunto é proteger crianças e mulheres.

A fala, que aconteceu na abertura da Semana Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, reforçou a posição combativa de Janja. Só que o episódio não passou batido. Ele acendeu debates sobre o papel da primeira-dama, expôs tensões no governo Lula e até gerou uma resposta do TikTok. Vamos mergulhar no que aconteceu, os impactos dessa quebra de protocolo e o que isso significa para o cenário político e digital brasileiro.

O que aconteceu na quebra de protocolo em Pequim?

Na semana passada, durante um jantar chique em Pequim, onde Lula e Xi Jinping fecharam acordos importantes para o Brasil e a China, rolou uma situação inesperada. O evento não era pra ter discursos, mas Lula puxou um papo sobre a regulação das redes sociais, sugerindo até mandar alguém conversar com os chineses sobre isso. Aí, Janja resolveu entrar na roda e, sem aviso, pediu a palavra para mandar um recado direto: criticou o TikTok, dizendo que o algoritmo da plataforma deixa passar conteúdos pesados, que machucam especialmente mulheres e crianças.

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A atitude pegou a comitiva desprevenida. Diplomatas brasileiros viram a quebra de protocolo como um deslize, já que o TikTok é um tema sensível para a China, dona da empresa ByteDance. Por outro lado, Janja defendeu sua fala, dizendo que usou o momento para destacar casos graves, como o de uma menina de oito anos que morreu após um desafio viral no aplicativo. Apesar do constrangimento, Xi Jinping respondeu que o Brasil tem autonomia para regular ou até banir a plataforma.

Em resumo, a quebra de protocolo gerou um misto de apoio e crítica. Enquanto alguns elogiaram a coragem de Janja, outros, incluindo a oposição, a acusaram de excesso de protagonismo.

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Por que a quebra de protocolo causou tanto barulho?

A fala de Janja não ficou só no jantar. O vazamento do episódio para a imprensa, segundo Lula, irritou o presidente, que chamou o caso de “desleal” e abriu uma caça às bruxas no governo para descobrir quem passou a informação. A notícia caiu como uma bomba no Planalto, ofuscando os acordos de R$ 27 bilhões fechados na China.

Por exemplo, a oposição aproveitou para questionar as viagens de Janja e suas despesas, como a ida antecipada à Rússia, onde visitou o Kremlin. Além disso, parlamentares como André Fernandes (PL-CE) pediram explicações sobre a suposta defesa de Janja por “controle de conteúdo” nas redes, mirando influenciadores de direita. Em contrapartida, Janja alegou ser vítima de machismo, argumentando que sua fala foi distorcida para enfraquecer o governo.

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De maneira semelhante, o TikTok reagiu rápido, enviando uma carta ao Itamaraty para propor diálogo. A empresa quer esclarecer sua atuação e evitar sanções, mostrando que o episódio teve impacto até no mundo digital. Em suma, a quebra de protocolo de Janja virou um rastilho de pólvora, mexendo com política, diplomacia e redes sociais.

Como a quebra de protocolo afeta o governo Lula?

O governo Lula sentiu o peso do episódio. A quebra de protocolo, embora não tenha abalado as relações com a China — Xi respondeu com naturalidade, segundo relatos —, gerou tensões internas. Lula ficou furioso com o vazamento, apontando dedos para ministros como Rui Costa, da Casa Civil, que estava no jantar. A desconfiança cresceu, e o clima entre pastas, já protocolar, agora beira o racha.

Além disso, a oposição usou o caso para atacar o governo, reforçando a narrativa de que Janja ultrapassa seu papel de primeira-dama. Por outro lado, aliados como José Eduardo Cardozo minimizam, dizendo que o jantar não era um evento formal, e a fala de Janja não foi uma gafe grave. Para esclarecer, Lula reforçou que ele próprio levantou o tema do TikTok, e Janja só complementou, citando casos como o da menina Sarah Raíssa, vítima de um desafio online.

Apesar disso, o caso expôs uma fragilidade: a dificuldade do governo em controlar narrativas. A imprensa e as redes amplificaram o “climão”, e Janja perdeu seguidores, enquanto críticos a acusaram de buscar holofotes. Em resumo, a quebra de protocolo colocou o Planalto na defensiva, desviando o foco de conquistas internacionais.

O que a quebra de protocolo revela sobre Janja?

Janja não é novata em polêmicas. Desde o início do governo Lula, ela acumula episódios marcantes, como o “fuck you” a Elon Musk no G20 e a entrega de um colar em uma posse judicial, algo que quebrou outro protocolo. Sua postura ativista, que mistura causas sociais com atuações institucionais, divide opiniões. Para alguns, ela é uma voz necessária; para outros, excede seu papel.

Por exemplo, a professora de Relações Internacionais Denilde Holzhacker vê a quebra de protocolo na China como um erro leve, mas aponta que Janja confunde papéis de militante e primeira-dama. Em contrapartida, Janja insiste que sua luta por crianças e mulheres justifica qualquer desvio de formalidade. Na segunda-feira, em Brasília, ela ironizou: “Fico feliz que aqui o protocolo me deixa falar, né?”

Além disso, a comparação com Michelle Bolsonaro, que tinha atuação mais delimitada, alimenta críticas. Ainda assim, Janja ganhou apoio de quem vê machismo nas reações ao episódio. Em suma, a quebra de protocolo reforça o perfil combativo de Janja, mas também expõe o desafio de equilibrar ativismo e diplomacia.

O que esperar após a polêmica da quebra de protocolo?

O episódio em Pequim ainda vai render. No curto prazo, a eleição na CBF, marcada para 25 de maio, pode desviar as atenções, mas a oposição não deve soltar o osso. Pedidos de informação sobre as viagens de Janja já tramitam no Congresso, e o caso do TikTok pode aquecer o debate sobre regulação de redes sociais no Brasil.

Por outro lado, o governo quer virar a página. Lula já saiu em defesa da esposa, e o TikTok, com sua carta ao Itamaraty, sinaliza diálogo para evitar atritos. A China, segundo a jornalista Isabela Shi, não viu o caso como ofensa, o que alivia a pressão diplomática. De maneira semelhante, a agenda de Janja, agora pública, pode ajudar a reduzir especulações sobre seu papel.

Para esclarecer, a quebra de protocolo não deve afetar os laços Brasil-China, mas expôs vulnerabilidades na comunicação do governo. Em resumo, Janja segue firme em sua cruzada por um espaço digital mais seguro, mas o Planalto precisa de jogo de cintura para evitar que polêmicas ofusquem suas conquistas. O Brasil, enquanto isso, assiste e opina — nas redes e fora delas.