Na última quarta-feira, o Senado mexeu no tabuleiro da política brasileira. Uma proposta que acaba com o fim da reeleição para presidente, governadores e prefeitos passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A ideia também muda a duração dos mandatos e planeja unificar as eleições em 2034. Mas o que isso significa para o presidente Lula? Ele será afetado em 2026? E como fica a política no Brasil? Vamos explicar tudo de forma simples, mostrando o que está em jogo e como o fim da reeleição pode mudar o futuro.
O que o fim da reeleição muda no Brasil?
A proposta que avançou no Senado quer acabar com a reeleição para cargos do Executivo. Isso significa que presidentes, governadores e prefeitos não poderiam tentar um segundo mandato seguido. Mas calma: a regra só começa em 2030. Ou seja, Lula, que assumiu a presidência em 2023, ainda pode tentar a reeleição em 2026. A proposta também muda os mandatos para cinco anos para todos os cargos, como deputados e vereadores, dando mais tempo para eles trabalharem. Senadores teriam mandatos de nove anos. Outra mudança é juntar todas as eleições em 2034, para evitar aquele clima de campanha a cada dois anos.
Por que isso importa? Eleições frequentes cansam eleitores e custam caro. O senador Otto Alencar (PSD-BA), que comanda a CCJ, diz que unificar os pleitos economiza tempo e dinheiro. O fim da reeleição também pode trazer novos rostos para a política. Mas o texto ainda precisa passar por mais votações no Senado e na Câmara. Não é algo garantido. A proposta do fim da reeleição promete mudar o jogo, mas depende de muito acordo político.
Por que o fim da reeleição ganhou força?
Acabar com a reeleição não é ideia nova. Desde 1997, quando a regra foi criada, muitos questionam se ela realmente ajuda. A promessa era dar continuidade aos projetos, mas na prática, governantes muitas vezes focam em se reeleger. O senador Marcelo Castro (MDB-PI), que criou a proposta, acredita que o fim da reeleição não deu os resultados que todos esperavam. Para ele, a regra ajuda quem já está no comando, tornando mais difícil para novas lideranças entrarem na política. O fim da reeleição pode abrir espaço para mudanças.
Quase todos os presidentes desde 1997 conseguiram um segundo mandato: Fernando Henrique, Lula, Dilma. Só Bolsonaro perdeu em 2022. Isso sugere que a reeleição dá vantagem a quem controla a máquina pública. Por outro lado, alguns defendem que proibir a reeleição pode limitar a democracia. Países como os Estados Unidos permitem recondução. Mesmo assim, o Senado está animado com a ideia do fim da reeleição, especialmente com o apoio de Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A proposta ganhou força, mas ainda enfrenta barreiras.
Lula e o cenário de 2026 com o fim da reeleição
Lula não será afetado pelo fim da reeleição em 2026. Como a regra só vale a partir de 2030, ele pode tentar um quarto mandato. Mas será que ele quer? Em abril de 2025, Lula disse a deputados que está “pronto” para concorrer. Em agosto de 2024, porém, falou que talvez deixe a política após este mandato. Aos 79 anos, ele sabe que a saúde conta muito. O fim da reeleição não muda seus planos imediatos, mas o cenário político está complicado.
Pesquisas mostram Lula com 32% das intenções de voto, segundo a Quaest. Mas nomes como Tarcísio de Freitas e Pablo Marçal estão crescendo. A reprovação de Lula, que chegou a 51% em janeiro de 2025, segundo o PoderData, é um desafio. Ele precisa conquistar eleitores fora da sua base. O fim da reeleição pode não afetá-lo agora, mas Lula terá que fortalecer alianças com partidos como PSD e MDB para garantir apoio no Congresso e nas urnas.
O Congresso e a briga pelo fim da reeleição
A proposta do fim da reeleição ainda tem um longo caminho. Após passar na CCJ, ela precisa de 49 votos em dois turnos no Senado. Depois, vai para a Câmara, onde a resistência é maior. O centrão, que domina o Congresso, gosta do sistema atual porque ele beneficia quem já está no poder. Lula tem enfrentado problemas com os parlamentares. Nos últimos anos, 32 vetos dele foram derrubados, um recorde. Isso mostra que o Congresso não está alinhado com o Planalto. O fim da reeleição depende de negociações duras.
Para conquistar apoio, Lula planeja uma reforma ministerial. Partidos como PSD e União Brasil podem ganhar espaço. Mas, com 2026 se aproximando, deputados e senadores estão mais focados nos próprios planos. O fim da reeleição pode virar moeda de troca em acordos maiores. Lula precisa ser esperto para não ficar em desvantagem. A proposta do fim da reeleição é promissora, mas o jogo político no Congresso vai decidir seu futuro.
O que o fim da reeleição significa para 2030?
Se a proposta passar, o Brasil de 2030 será diferente. Sem reeleição, governantes terão um mandato só para mostrar serviço. Isso pode trazer novos líderes, mas também riscos. Alguns podem ignorar promessas sem a pressão de um segundo mandato. A unificação das eleições em 2034 deve economizar dinheiro e reduzir o cansaço dos eleitores. Mas organizar tudo isso será um desafio. O fim da reeleição pode renovar a política, mas exige planejamento.
Para o PT, o fim da reeleição é uma preocupação. Sem Lula, o partido precisa de novos nomes. Fernando Haddad e Camilo Santana são opções, mas ainda não têm o mesmo peso. Na direita, com Bolsonaro inelegível, Tarcísio de Freitas pode crescer. O fim da reeleição abre portas para mudanças, mas também cria incertezas. A política brasileira pode ficar mais diversa, mas ninguém sabe se isso trará estabilidade ou confusão.
Como o fim da reeleição afeta o futuro?
Olhando para frente, o fim da reeleição pode mudar como o Brasil é governado. Mandatos de cinco anos dão mais tempo para projetos. Mas sem a chance de reeleição, alguns governantes podem se acomodar. A proposta também reduz o mandato de senadores para cinco anos, com três eleitos por estado. Isso pode tornar o Senado mais dinâmico, mas há quem tema menos experiência. A unificação das eleições em 2034 é uma aposta para simplificar os pleitos, mas exige ajustes.
Para o PT, 2030 será um teste. Se Lula vencer em 2026, ele não poderá concorrer de novo. A direita, sem Bolsonaro, também precisa se reorganizar. O fim da reeleição pode trazer um cenário mais aberto, mas também mais imprevisível. O Congresso, com seu peso atual, será o grande juiz dessa mudança. O fim da reeleição promete um novo capítulo, mas o Brasil precisa estar pronto.
E agora, o que vem pela frente?
A aprovação na CCJ é só o começo. O fim da reeleição precisa passar por mais votações no Senado e na Câmara. O centrão pode dificultar as coisas. Para Lula, 2026 está livre dessa regra, mas sua decisão de concorrer depende de saúde e apoio político. A proposta levanta uma questão: queremos mais renovação ou mais continuidade? Enquanto o texto tramita, uma coisa é certa: o fim da reeleição pode mudar a cara da política brasileira, e todos nós vamos sentir o impacto.