O Brasil deu um grande abraço nos servidores públicos federais. Na quinta-feira, 11 de abril de 2025, o presidente Lula assinou a Lei Orçamentária Anual de 2025, finalmente liberando o tão esperado aumento no salário. O pagamento, que inclui valores retroativos a janeiro, chegará na folha de abril, com depósito previsto para 2 de maio. A notícia trouxe alívio a milhares de trabalhadores que esperavam há meses por essa confirmação, após negociações intensas e atrasos no Congresso.
A demora aconteceu por dois motivos principais. Primeiro, o governo enfrentou um pacote de cortes de gastos, exigido pelo arcabouço fiscal, que limitou as despesas públicas. Segundo, um impasse sobre emendas parlamentares travou a votação da LOA, que deveria ter ocorrido em dezembro de 2024. Apesar dos obstáculos, o Orçamento, aprovado em 20 de março, reserva R$ 22 bilhões para os reajustes, beneficiando 38 categorias. A sanção de Lula, com dois vetos pontuais, mantém o foco na responsabilidade fiscal, mas prioriza a valorização dos servidores.
Para muitos, como professores e funcionários da saúde, o aumento é mais que um ajuste no salário; é o reconhecimento de anos de dedicação. Esther Dweck, ministra da Gestão, destacou que o governo reativou mesas de negociação, paradas por sete anos, para ouvir a categoria. “Valorizar o servidor é investir em serviços públicos melhores”, disse ela. Enquanto o dinheiro não chega, a ansiedade dá lugar à esperança.
A sanção também abre portas para outros projetos, como concursos públicos e mudanças no Imposto de Renda. Para os servidores, maio será um marco, com o bolso mais cheio e a certeza de que o diálogo com o governo ganhou força. A Nação, afinal, depende de quem faz o Estado funcionar dia após dia.
Os Bastidores do Atraso
A espera pelo reajuste testou a paciência dos servidores. O Orçamento de 2025, que deveria estar pronto no fim de 2024, enfrentou turbulências no Congresso. Um pacote de cortes, proposto pelo ministro Fernando Haddad, gerou embates com parlamentares, que exigiam mais recursos para emendas — verbas destinadas a projetos locais. Esse impasse atrasou a votação da LOA em três meses, deixando servidores na expectativa.
A Medida Provisória 1.286, publicada em dezembro de 2024, já garantia o reajuste, mas o pagamento dependia da sanção do Orçamento. O texto, que consolida acordos com categorias como educação e segurança, prevê aumento médio de 9% em 2025, com outra parcela em 2026. Retroativo a janeiro, o valor cobre os meses de espera, mas sindicatos, como a Condsef, pedem folha suplementar para evitar descontos altos no Imposto de Renda. “O atraso pesou, mas o retroativo é justo”, diz Sérgio Ronaldo, da Confederação.
Além disso, o governo enfrentou pressões internas. Greves em 2024, especialmente na educação, forçaram negociações duras. O resultado foi um compromisso amplo, que inclui reestruturação de carreiras e criação de 15.670 novos cargos, muitos na área de ensino. O impacto fiscal, de R$ 19 bilhões em 2025, já estava previsto, mas exigiu malabarismos para respeitar o teto de gastos.
Enquanto o Congresso debatia, servidores se mobilizaram. Entre 11 e 14 de março, atos em Brasília cobraram agilidade. A aprovação, enfim, trouxe alívio, e a sanção de Lula selou o acordo. Para quem vive do salário público, o momento é de planejar o futuro com mais segurança. A demora mostrou desafios, mas também a força de um diálogo que, mesmo lento, encontrou seu caminho. Agora, o foco está em maio, quando o reajuste, enfim, chegará às contas dos trabalhadores.
O Impacto do Reajuste
O reajuste de maio não é só um número na folha de pagamento; ele mexe com a vida de milhares de famílias. Com aumento médio de 9%, o salário de servidores civis ganha fôlego, especialmente para quem enfrentou anos sem correção. Professores, médicos, policiais federais — todos sentem o alívio. O impacto maior, porém, vai para quem ganha menos, já que o governo priorizou benefícios como auxílio-alimentação, que subiu 52% em 2024. “É um reforço para o essencial: comida na mesa, conta paga”, conta Ana, servidora da saúde em Recife.
Além do bolso, o reajuste aquece a economia. Com R$ 16,2 bilhões injetados no funcionalismo civil, o comércio local, de padarias a lojas, deve sentir o movimento. Economistas alertam, porém, para um risco: gastos públicos altos podem pressionar a inflação, que já subiu 0,56% em março. O Banco Central, com a Selic a 12,25%, monitora o cenário, mas o governo aposta que o equilíbrio fiscal segurará as rédeas.
A reestruturação de carreiras também anima. Com 86% das funções agora em 20 níveis de progressão, o servidor vê mais chances de crescer. A educação ganha destaque, com novos institutos federais e cargos para docentes. “É um investimento no futuro do país”, diz Jennifer Webb, da Andes-SN, que ainda cobra avanços na regulação de carreiras.
Por outro lado, nem tudo está resolvido. Sindicatos alertam para pautas pendentes, como melhores condições de trabalho. O governo, por sua vez, promete manter o diálogo aberto. Enquanto maio não chega, os servidores planejam o que fazer com o dinheiro extra — pagar dívidas, investir ou, quem sabe, tirar aquele plano do papel. O reajuste é um começo, um sinal de que o trabalho público, tão essencial, volta a ser reconhecido.
Olhando para o Futuro
Com o Orçamento sancionado, o governo não para por aí. O reajuste de maio é apenas o primeiro passo de um plano maior. A Medida Provisória 1.286, que agora vira projeto de lei, prevê outra parcela de aumento em 2026, com impacto de R$ 8 bilhões. Até lá, o funcionalismo espera acumular 27% de recomposição desde 2023, recuperando perdas de anos sem ajuste. Para Esther Dweck, o foco é claro: “Servidor valorizado entrega serviços públicos de qualidade.”
Além dos salários, o Orçamento de 2025 abre portas para concursos, como o Concurso Nacional Unificado, e mudanças no Imposto de Renda, com isenção para até dois salários mínimos. Esses projetos mostram um governo tentando equilibrar promessas sociais com responsabilidade fiscal. O superávit de R$ 15 bilhões previsto na LOA reforça esse compromisso, mas cortes em programas como Bolsa Família, que perdeu R$ 9 bilhões, geram debates.
Para os servidores, o futuro traz esperança e cautela. Sindicatos planejam reuniões entre 11 e 13 de abril para avaliar os acordos e cobrar avanços, como a revisão de benefícios. O diálogo com o governo, retomado após anos, é um ganho, mas a vigilância continua. “O retroativo ajuda, mas queremos mais diálogo”, diz Oswaldo Negrão, do Proifes.
Enquanto isso, o país observa. O funcionalismo público, que sustenta escolas, hospitais e segurança, ganha fôlego para seguir. O pagamento de maio, com valores retroativos, é um marco, mas também um lembrete: valorizar quem serve ao povo é investir no Brasil. À medida que o governo avança, a torcida é para que o diálogo prospere, trazendo não só reajustes, mas um serviço público mais forte e próximo de quem mais precisa.