Preço do Ovo Dispara 20% em Março: Entenda a Alta e Quando Pode Baixar – Clube da Bola
Pular para o conteúdo

Preço do Ovo Dispara 20% em Março: Entenda a Alta e Quando Pode Baixar

Descubra os Motivos da Alta e Como Isso Impacta Sua Mesa

O preço do ovo subiu quase 20% em março de 2025, conforme aponta o IPCA-15, índice que mede a prévia da inflação no Brasil. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados nesta quinta-feira, 27 de março, revelando que o custo médio desse alimento essencial saltou 19,44% em relação a fevereiro. No acumulado do ano, a alta já chega a 25,88%, impactando o bolso de milhões de brasileiros. Especialistas culpam o aumento do custo do milho, o calor intenso e a demanda aquecida pela Quaresma. Mas quando os preços vão cair?

Anúncios

Por que o ovo ficou tão caro em março?

O salto de 19,44% no preço do ovo em março reflete uma combinação de fatores sazonais e econômicos. O IBGE destaca que o custo do milho, principal alimento das galinhas, subiu 30% desde julho de 2024. Isso encarece a produção, já que as aves dependem diretamente dessa ração. Além disso, o calor extremo registrado no início de 2025 reduz a produtividade das galinhas, que põem menos ovos em temperaturas altas. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) confirma: as condições climáticas históricas afetam as granjas.

Anúncios

Outro motivo é a Quaresma, período de 40 dias antes da Páscoa, quando muitos brasileiros trocam carne vermelha por ovos. Esse aumento na demanda pressiona os preços, especialmente em março. Tabatha Lacerda, do Instituto Ovos Brasil (IOB), explica que a alta veio antes do esperado, surpreendendo o setor. Assim, custos altos e consumo elevado criam o cenário perfeito para essa disparada, tornando o ovo um vilão no orçamento familiar.

Como essa alta afeta os brasileiros?

Anúncios

O aumento de quase 20% no preço do ovo mexe direto com a mesa das famílias. Nos supermercados, uma cartela de 12 unidades, que custava R$ 10 em fevereiro, agora sai por cerca de R$ 12. No acumulado do ano, com 25,88% de alta, o impacto fica ainda mais claro. Para quem usa o ovo como proteína principal, o gasto mensal sobe rápido. Em 2024, o consumo per capita no Brasil atingiu 269 unidades por pessoa, e a previsão para 2025 é de 272, segundo o IOB.

Além disso, a inflação dos ovos influencia outros produtos. Padarias e restaurantes, que dependem do ingrediente, podem repassar os custos para bolos, tortas e refeições. A ABPA alerta que embalagens, cujo preço dobrou em oito meses, também pesam na equação. Então, o efeito cascata atinge desde o café da manhã até o lanche da tarde, desafiando o poder de compra em um momento de inflação já pressionada.

O que está por trás do custo de produção?

Anúncios

Os produtores enfrentam uma tormenta de custos que explica a alta. O milho, base da ração, disparou 30% desde meados de 2024, puxado por seca e alta do dólar. O calor intenso agrava a situação, diminuindo a postura das galinhas — em dias quentes, elas produzem até 15% menos ovos, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Esse cenário reduz a oferta no mercado.

A ABPA aponta outro vilão: as embalagens. Nos últimos oito meses, o custo delas subiu mais de 100%, impactando o preço final. Em fevereiro, as vendas no atacado caíram um pouco por causa dos valores altos, mas a Quaresma deve reaquecer a demanda. Assim, os produtores tentam equilibrar margens apertadas com um mercado exigente, e o consumidor sente o reflexo direto na gôndola.

Quando os preços podem começar a baixar?

A boa notícia é que os preços podem recuar em breve. A ABPA prevê normalização até o fim da Quaresma, que termina na Páscoa, em abril. Com o fim desse período, a demanda por ovos tende a cair, já que muitos voltam a consumir carne vermelha. O Cepea acredita que isso aliviará a pressão, especialmente se o calor diminuir e a produção se recuperar.

Por outro lado, especialistas como Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, alertam: a queda não é garantida. Ele destaca que os preços das carnes bovina, suína e de frango seguem altos, mantendo o ovo como opção barata. Em 2025, a produção de carne bovina deve encolher, o que sustenta a procura por ovos. Portanto, o alívio depende do equilíbrio entre oferta, clima e o comportamento das proteínas concorrentes nos próximos meses.

Qual o papel da Quaresma nesse aumento?

A Quaresma desempenha um papel crucial na alta dos ovos. Durante esses 40 dias, muitos católicos evitam carne vermelha, especialmente às sextas-feiras, e recorrem ao ovo como substituto. Esse hábito eleva o consumo em março, pressionando os preços. Tabatha Lacerda, do IOB, nota que o efeito sazonal da Quaresma geralmente aparece mais tarde, mas, neste ano, ele chegou cedo, pegando o mercado desprevenido.

O Cepea reforça que a demanda extra da Quaresma impede quedas significativas agora. No Espírito Santo, por exemplo, as vendas no atacado recuaram em fevereiro, mas a expectativa é de retomada em março por causa desse período religioso. Assim, a tradição cultural impulsiona os preços, mas também sinaliza um alívio natural após a Páscoa, quando o consumo volta ao normal.

Exportações influenciam o preço interno?

As exportações de ovos brasileiros cresceram desde dezembro de 2024, impulsionadas pela gripe aviária nos Estados Unidos, que derrubou a produção local. O Brasil aproveitou o gap, enviando mais ovos ao exterior. Mesmo assim, a ABPA garante: isso não explica a alta atual. As vendas externas representam menos de 1% dos 59 bilhões de ovos que o país deve produzir em 2025.

Tabatha Lacerda concorda e diz que o impacto das exportações no mercado interno é quase nulo. O verdadeiro motor da alta está nos custos e na demanda doméstica, não no comércio internacional. Portanto, enquanto o Brasil ganha lá fora, o preço aqui dentro reflete mais os desafios locais do que o sucesso nas exportações.

O que fazer enquanto os preços estão altos?

Enquanto o ovo segue caro, os consumidores podem se adaptar. Comprar em feiras livres ou direto de produtores locais às vezes sai mais barato que nos supermercados. Outra ideia é reduzir o uso em receitas, trocando por opções como lentilha ou grão-de-bico, que oferecem proteína a custo menor. Congelar ovos cozidos também ajuda a estocar quando o preço estiver mais baixo.

Além disso, fique de olho nas promoções. Lojas grandes costumam lançar ofertas antes da Páscoa para atrair clientes. Planejar refeições com antecedência evita desperdício e gastos extras. Então, com criatividade e atenção, dá para driblar a alta sem abrir mão desse alimento tão versátil na cozinha brasileira.

Qual o futuro do preço do ovo em 2025?

O futuro do preço do ovo em 2025 depende de vários fatores. Após a Páscoa, a demanda deve cair, e o clima mais ameno pode turbinar a produção. Se o custo do milho estabilizar, os produtores terão alívio, refletindo em preços menores. A ABPA aposta nessa tendência, prevendo normalização em abril.

Por outro lado, Iglesias, da Safras & Mercado, alerta que a inflação das carnes pode manter o ovo em alta. Com menos carne bovina disponível, os brasileiros talvez continuem apostando no ovo como proteína acessível. Assim, o segundo semestre pode trazer estabilidade, mas quedas bruscas só vêm se o mercado de carnes esfriar. Fique atento: o bolso e a geladeira agradecem.

Um respiro à vista para os consumidores

O aumento de quase 20% no preço do ovo em março, segundo o IPCA-15, assusta, mas há luz no fim do túnel. Custos altos, calor e Quaresma explicam a alta, que já soma 25,88% no ano. A Páscoa pode marcar o turning point, trazendo alívio com a queda na demanda. Enquanto isso, adaptação é a palavra-chave para enfrentar os valores atuais. O ovo segue essencial na mesa brasileira, e entender esses altos e baixos ajuda a planejar melhor. Então, respire fundo, ajuste o cardápio e espere: os preços devem ceder logo, trazendo de volta o equilíbrio ao seu orçamento.