No dia 20 de janeiro de 2025, Donald Trump, em seu primeiro ato como presidente dos EUA, assinou a Ordem Executiva 14168, determinando que o governo reconheça apenas dois gêneros – masculino e feminino – com base no “sexo biológico” ao nascer. A medida, parte do que Trump chamou de esforço para “deter a loucura transgênero”, gerou impactos imediatos, como a emissão de um visto americano que classificou a deputada brasileira Erika Hilton, mulher trans, como “masculino”. A decisão, que desrespeitou seus documentos oficiais, levou Hilton a cancelar uma viagem aos EUA e anunciar ações legais na ONU. Enquanto isso, organizações como a ACLU movem processos nos EUA para reverter A política de gênero de Trump alegando discriminação. Este texto explora os efeitos dessa política, o caso de Hilton, as reações globais e as batalhas judiciais, trazendo um olhar humano para um debate que afeta vidas e direitos.
O Caso de Erika Hilton e A política de género de Trump
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), uma das primeiras mulheres trans no Congresso brasileiro, planejava palestrar na Brazil Conference, em Harvard e MIT, em 12 de abril de 2025. Contudo, o visto emitido pela Embaixada dos EUA em Brasília, em 3 de abril, marcou seu gênero como “masculino”, ignorando sua certidão de nascimento e passaporte diplomático, que a reconhecem como mulher. “Fiquei com medo do tratamento que receberia no aeroporto”, disse Hilton à Folha de S. Paulo, optando por cancelar a viagem.
Por exemplo, em 2023, a mesma embaixada emitiu um visto respeitando sua identidade feminina. A mudança reflete A política de gênero de Trump, que proíbe o reconhecimento de identidades trans em documentos federais. Hilton chamou a medida de “transfobia de Estado” e prometeu levar o caso à ONU e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Assim, o incidente não só frustrou uma missão oficial, mas expôs o desrespeito a documentos soberanos brasileiros, gerando um problema diplomático.
Os Detalhes da A política de genêro de Trump
A Ordem Executiva 14168, assinada em 20 de janeiro, estabelece que o governo dos EUA reconheça apenas “dois sexos, masculino e feminino, imutáveis desde a concepção”. Além disso, a ordem proíbe passaportes com marcador “X” para pessoas não binárias e veta o uso de termos como “transgênero” em sites oficiais. Por exemplo, o Departamento de Estado suspendeu a atualização de marcadores de gênero em passaportes, forçando pessoas trans a usar documentos que não refletem sua identidade.
Contrariando avanços da gestão Biden, que permitia a autodeclaração de gênero, a política de Trump afeta vistos, passaportes e até prisões federais, onde pessoas trans enfrentam riscos ao serem transferidas para instalações incompatíveis com sua identidade. A Embaixada dos EUA em Brasília confirmou que os registros de vistos seguem a ordem, mas não comenta casos individuais. Portanto, A política de gênero de Trump não apenas restringe direitos, mas cria barreiras práticas, como no caso de Hilton, que perdeu uma oportunidade profissional por medo de constrangimento.
Impactos na Comunidade Trans e Reações Globais
A política de gênero de Trump reverbera além das fronteiras dos EUA, afetando pessoas trans em contextos internacionais. O caso de Hilton não é isolado. A atriz trans Hunter Schafer, de Euphoria, relatou em fevereiro de 2025 que seu passaporte foi alterado para “masculino” após um roubo. Similarmente, Ash Lazarus Orr, homem trans, integra uma ação da ACLU contra a política de passaportes, alegando que ela limita sua liberdade de movimento.
Por outro lado, a deputada Duda Salabert (PDT-MG), também trans, expressou solidariedade a Hilton, relatando experiência semelhante. No X, usuários como @Esternoclideo destacaram a política de Trump como um “recado” a ativistas, enquanto outros criticaram a medida como discriminatória. Além disso, o Itamaraty avalia um encontro com Hilton para discutir implicações diplomáticas, sinalizando tensões entre Brasil e EUA. Assim, a política de Trump não só fere indivíduos, mas provoca reações globais, com pedidos de intervenção internacional.
Ações Judiciais Contra a Política de Trump
Nos EUA, a resistência à política de Trump ganha força nos tribunais. Em fevereiro de 2025, a ACLU, junto à ACLU de Massachusetts, entrou com uma ação em nome de sete pessoas trans e não binárias, alegando que a proibição de atualizar marcadores de gênero em passaportes viola a Constituição. Um juiz em Massachusetts emitiu uma ordem de restrição temporária, impedindo transferências de pessoas trans em prisões.
Por exemplo, em outro caso, a Lambda Legal e o Legal Defense Fund processaram Trump por ordens que eliminam programas de diversidade, incluindo proteções a pessoas trans. A ação, movida por organizações como a National Urban League, argumenta que a política fere a liberdade de expressão. Apesar desses esforços, a administração Trump defende a ordem como “restauração da verdade biológica”. Portanto, as batalhas judiciais representam uma esperança de reverter A política de gênero de Trump, mas enfrentam um governo determinado a manter sua agenda.
O Contexto Político e Social nos EUA
A política de Trump reflete um cenário político polarizado. Durante a campanha de 2024, anúncios anti-trans consumiram mais de US$ 215 milhões, segundo a ACLU, alimentando o que Hilton chamou de “política de ódio”. Além disso, ordens executivas complementares proíbem cuidados de saúde trans em prisões federais e excluem pessoas trans do serviço militar, reforçando a exclusão. Por exemplo, o Pentágono implementou regras que obrigam soldados trans a usar instalações conforme o sexo biológico.
Contrariando decisões como Bostock v. Clayton County (2020), que equiparou discriminação por identidade de gênero a discriminação por sexo, Trump reverteu proteções da era Biden. A remoção de termos como “LGBTQ” de sites federais simboliza essa guinada. Assim, A política de gênero de Trump não só impacta documentos, mas cria um ambiente hostil, com consequências para a saúde mental e a segurança de pessoas trans.
O Futuro da Luta por Direitos Trans
Olhando adiante, a luta contra A política de gênero de Trump depende de ações judiciais e pressão internacional. Hilton’s case, ao chegar à ONU, pode ampliar o debate sobre soberania e direitos humanos. Por exemplo, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, citada por Hilton, já condenou discriminações semelhantes. Além disso, o Brasil, sob pressão de ativistas, pode elevar o tom contra os EUA, especialmente após a solidariedade de figuras como Salabert.
Apesar dos desafios, a resistência persiste. Organizações como a National LGBTQ+ Bar acompanham os processos, oferecendo recursos para vítimas da política. Em sintese, A política de gênero de Trump enfrenta oposição feroz, mas sua reversão exigirá tempo e união. Para Hilton e tantas outras pessoas trans, a batalha é pessoal, mas também coletiva, em defesa da dignidade e do direito de existir.
A Ordem Executiva 14168 de Donald Trump, assinada em 20 de janeiro de 2025, transformou a vida de pessoas trans, como Erika Hilton, em um campo de batalha. Ao limitar o gênero a “masculino” e “feminino”, a política gerou o misgendering de Hilton em um visto americano, levando-a a cancelar uma viagem e planejar ações na ONU. Nos EUA, a ACLU e outras organizações lutam nos tribunais, enquanto a comunidade global reage com indignação. A política de género de Trump não é apenas uma regra; é um ataque à identidade de milhares, com impactos que ecoam além das fronteiras. A esperança reside na resistência, que busca garantir que todas as pessoas sejam reconhecidas por quem são.