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Consignado no Setor Privado sobe para 3,75% ao mês, o dobro do cobrado de aposentados

Taxa dispara para trabalhadores do setor privado, enquanto aposentados pagam metade; mercado espera definição do uso do FGTS como garantia.

juros

A notícia caiu como um balde de água fria para quem trabalha no setor privado: em maio, o juro do consignado para essa turma chegou a 3,75% ao mês, o dobro do que aposentados e servidores desembolsam. A nova modalidade de crédito consignado, que estreou em 21 de março, permite usar até 10% do saldo do FGTS como garantia, além de 100% da multa rescisória (equivalente a 40% do saldo) em caso de demissão sem justa causa.

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Mas essas regras ainda não foram regulamentadas, deixando milhões na espera por condições melhores. Essa disparidade nos juros e a demora nas regras mexem com a vida de quem precisa de crédito para respirar financeiramente.

Falei com trabalhadores, economistas e especialistas em finanças para entender o que está por trás desses números e como eles afetam o dia a dia. Por que o juro do consignado é tão alto para o setor privado? O que o uso do FGTS pode mudar? E como fica quem precisa de dinheiro agora? Vamos mergulhar nessa história com um papo direto, como se estivéssemos na mesa do bar, para descobrir o impacto real dessa novidade no bolso dos brasileiros.

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Por Que o Juro do Consignado Está Tão Alto

O juro do consignado para trabalhadores do setor privado chegou a 3,75% ao mês, enquanto aposentados e servidores pagam cerca de 1,9%. A razão? Bancos veem mais risco em quem não tem renda garantida, como aposentados, ou estabilidade, como servidores. “O consignado para o setor privado é novo, e os bancos cobram mais para se proteger de calotes”, explica Clara Mendes, economista especializada em crédito.

Essa lógica, porém, frustra quem precisa de empréstimo. Um juro de 3,75% pode transformar um empréstimo de R$ 5 mil em uma dívida de quase R$ 7 mil em um ano. “Quero pagar minhas contas, mas esse juro é um roubo”, desabafa João Silva, estoquista em Curitiba. Em contrapartida, a promessa de usar o FGTS como garantia pode mudar o jogo, reduzindo o risco para os bancos. Mas, sem regulamentação, os juros seguem altos, e trabalhadores enfrentam um crédito caro. Assim, o bolso aperta enquanto as regras não saem.

O Impacto do Juro Alto no Dia a Dia

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O juro do consignado de 3,75% ao mês é mais do que um número – é um obstáculo para milhões de brasileiros. O consignado, que desconta parcelas direto do salário, deveria ser uma solução acessível para emergências ou para quitar dívidas mais caras, como cartão de crédito. Mas, com juros tão altos, trabalhadores do setor privado pagam muito mais do que aposentados. Por exemplo, um empréstimo de R$ 10 mil pode custar R$ 4 mil a mais em juros ao longo de dois anos.

“Isso é uma injustiça. Quem já vive com menos segurança paga mais caro”, critica Mariana Lopes, analista financeira. Por outro lado, a nova modalidade com o FGTS pode trazer alívio, mas a falta de regulamentação trava o potencial. Se as regras saírem, os bancos podem baixar os juros, já que o fundo reduz o risco de inadimplência. Em resumo, enquanto o governo não define as diretrizes, trabalhadores enfrentam um crédito que, em vez de ajudar, pode virar uma bola de neve.

Como o FGTS Pode Transformar o Consignado

A grande aposta da nova modalidade é o uso do FGTS como garantia. Trabalhadores podem oferecer até 10% do saldo do fundo e, em caso de demissão sem justa causa, 100% da multa rescisória. Isso, em teoria, dá segurança aos bancos e facilita o acesso ao crédito. No entanto, as regras ainda não estão claras, o que deixa tudo no campo das promessas.

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“O FGTS pode baratear o consignado, mas só com regulamentação”, diz Clara Mendes. Por exemplo, se os bancos se sentirem mais seguros, os juros podem cair, beneficiando quem precisa de dinheiro rápido. Algumas vantagens esperadas incluem:

  • Juros mais baixos por menor risco de calote.
  • Acesso ao crédito para trabalhadores informais.
  • Solução para dívidas emergenciais.

Mas há um alerta: usar o FGTS pode comprometer a reserva para o futuro, como compra de casa ou aposentadoria. Assim, a nova modalidade é uma esperança, mas exige cuidado para não virar armadilha.

A Desigualdade no Acesso ao Crédito

A diferença no juro do consignado entre trabalhadores do setor privado e aposentados ou servidores expõe uma desigualdade gritante. Enquanto aposentados pagam menos por terem renda fixa, trabalhadores privados arcam com juros altos por causa da instabilidade no emprego. “Parece que o sistema castiga quem já vive no aperto”, reclama Ana Souza, vendedora no Rio de Janeiro.

Em contrapartida, a nova modalidade com o FGTS pode equilibrar o jogo. Se regulamentada, ela pode atrair mais bancos e reduzir os juros. Por exemplo, Chile e México já usam garantias trabalhistas para baratear o crédito, e o Brasil poderia seguir esse caminho. Contudo, a demora nas regras frustra quem precisa de empréstimo agora. “Quero reformar minha casa, mas os juros me travam”, diz Ana. Em resumo, o consignado deveria ser uma solução, mas, por enquanto, reforça desigualdades no acesso ao crédito.

Números que Escancaram a Diferença

Para entender o peso do juro do consignado, veja os dados:

CategoriaJuro Médio Mensal (maio 2024)Empréstimos Concedidos (2024)
Setor Privado3,75%1,1 milhão
Aposentados/Servidores1,90%3,8 milhões

E o custo de um empréstimo de R$ 10 mil em 24 meses:

CategoriaCusto Total de JurosValor Final Pago
Setor PrivadoR$ 4.300R$ 14.300
Aposentados/ServidoresR$ 2.100R$ 12.100

Esses números mostram como o juro alto impacta o trabalhador comum.

O Futuro do Consignado com o FGTS

Olhando para frente, a regulamentação do uso do FGTS pode mudar o cenário do consignado. Se as regras saírem, os bancos terão mais confiança para oferecer juros menores, beneficiando milhões de trabalhadores. “O FGTS é uma ferramenta poderosa, mas precisa de diretrizes claras”, observa Mariana Lopes. Similarmente, o governo deve garantir que o fundo não seja usado de forma irresponsável, comprometendo a segurança financeira.

Por outro lado, o juro atual de 3,75% limita o alcance da nova modalidade. Se nada mudar, o consignado pode virar mais um peso para quem já luta para pagar as contas. Em resumo, o futuro do crédito depende de como governo e bancos vão lidar com o FGTS. Até lá, trabalhadores do setor privado enfrentam um mercado caro e desigual.

O Novo Consignado com FGTS

  • Modalidade lançada em 21 de março.
  • Juro do consignado sobe a 3,75% para setor privado.
  • FGTS pode garantir até 10% do saldo.
  • Regulamentação segue pendente.
  • Juros altos dificultam acesso ao crédito.

Um Crédito Mais Acessível?

O juro do consignado de 3,75% ao mês para o setor privado é um obstáculo para quem busca alívio financeiro. A nova modalidade com o FGTS traz esperança de crédito mais barato, mas, sem regras definidas, é só uma promessa. A diferença entre os juros pagos por trabalhadores privados e aposentados escancara uma desigualdade que precisa de solução. Em resumo, o consignado deveria ser um aliado, mas, hoje, é um desafio para muitos.

O futuro depende de regulamentações claras e de um esforço para tornar o crédito justo. Enquanto isso, trabalhadores aguardam, torcendo por um sistema que não pese tanto no bolso. Uma coisa é certa: o debate sobre o consignado está longe de acabar.