Na noite de 16 de abril de 2025, o Grêmio viveu um dos momentos mais constrangedores de sua temporada: uma goleada de 4 a 1 sofrida para o Mirassol, estreante na Série A, selou a demissão de Gustavo Quinteros, técnico argentino contratado com pompa em dezembro de 2024. A decisão, anunciada pelo presidente Alberto Guerra em coletiva no estádio José Maria de Campos Maia, veio após uma reunião emergencial no calor da derrota, marcada por dois gols do ex-gremista Reinaldo. Com o time na 17ª posição do Brasileirão, a demissão de Quinteros não surpreendeu, mas abalou a torcida, que protesta e cobra mudanças. Agora, o clube corre contra o tempo para encontrar um novo treinador antes do Gre-Nal 447, marcado para sábado, 19 de abril, na Arena.
Os Bastidores da Demissão de Quinteros
A demissão de Quinteros começou a se desenhar ainda durante o jogo contra o Mirassol. No camarote do estádio, dirigentes gremistas, liderados por Alberto Guerra, acompanhavam o desempenho apático do time. Quando o placar chegou a 4 a 1, com gols de Daniel Borges e Reinaldo, a decisão ganhou forma. Após o apito final, Guerra se reuniu com Quinteros em uma sala ao lado do vestiário, comunicando o fim de sua passagem após apenas 20 jogos. “Foi uma vergonha”, definiu o atacante Braithwaite, ecoando o sentimento da torcida.
Por exemplo, a pressão sobre Quinteros já vinha desde o Gauchão, onde o Grêmio perdeu a hegemonia de sete anos para o Inter. Apesar de goleadas iniciais contra times menores, o Tricolor sofreu contra adversários de elite, como Flamengo e Ceará. Consequentemente, a goleada do Mirassol, com falhas táticas e desorganização, foi a gota d’água. Mesmo abatido, Quinteros voltou a Porto Alegre com a delegação, mantendo cordialidade. Assim, a demissão de Quinteros reflete não só o resultado, mas a falta de conexão entre o técnico e o elenco, que nunca assimilou seu estilo de jogo vertical.
Por que Quinteros Não Resistiu à Crise?
A trajetória de Quinteros no Grêmio, iniciada em 28 de dezembro de 2024, prometia muito. Campeão argentino pelo Vélez Sarsfield, ele chegou com 13 títulos na bagagem e a missão de suceder Renato Gaúcho. Contudo, o desempenho nunca correspondeu às expectativas. Em 20 jogos, foram nove vitórias, cinco empates e seis derrotas, com aproveitamento de 53%. Por exemplo, o time avançou na Copa do Brasil contra São Raimundo-RR e Athletic-MG apenas nos pênaltis, mostrando fragilidade.
Além disso, a torcida criticava a insistência em jogadores como Edenilson, Pavón e Jemerson, vistos como abaixo do esperado. O Estadão revelou que o elenco não se adaptou ao esquema 4-2-3-1 de Quinteros, marcado por ligações diretas e pouca criatividade. Contrariando as promessas de um futebol equilibrado, o Grêmio sofreu defensivamente, como na goleada do Mirassol, onde Reinaldo, ex-Tricolor, brilhou. A direção, que investiu em 11 reforços, esperava mais. Portanto, a demissão de Quinteros resulta de um projeto que ruiu antes de decolar, deixando o clube na zona de rebaixamento com apenas três pontos em quatro rodadas.
A Reação da Torcida Após a Demissão de Quinteros
A goleada de 4 a 1 não passou em branco para a torcida gremista. Na madrugada de 17 de abril, dezenas de torcedores protestaram no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, com faixas como “O Grêmio é maior que a vida de vocês”. No CT Luiz Carvalho, o vice-presidente Alexandre Rossato desceu do ônibus para ouvir as cobranças, que incluíam pedidos de “faxina” no elenco. Por exemplo, Edenilson e Pavón viraram alvos nas redes sociais, chamados de “âncora” e “decepção” por sites como SouGremio.
Além disso, a derrota para o Mirassol, um time recém-promovido, foi comparada a “um dos episódios mais tristes” da história do clube, segundo o torcedor Quetelin, do A Voz da Torcida. Similarmente, o colunista Maurício Saraiva, do ge, afirmou que o Grêmio “faliu como time”. A revolta reflete a quebra de expectativas após um Gauchão vice-campeão e a esperança de um 2025 competitivo. Assim, a demissão de Quinteros, embora esperada, intensificou a crise, com a torcida exigindo mudanças profundas antes do clássico contra o Inter.
A Corrida por um Novo Técnico
Com o Gre-Nal às portas, o Grêmio busca um novo treinador em ritmo acelerado. James Freitas, auxiliar permanente, comandará o time interinamente no clássico, mas a direção quer um nome de peso. Dorival Júnior, ex-Flamengo e Seleção Brasileira, é o favorito, segundo o ge, mas sua contratação enfrenta entraves financeiros. Mano Menezes, com passagens pelo clube, surge como alternativa viável, enquanto Fernando Diniz e Tite também foram sondados, conforme a ESPN. Por outro lado, o GZH menciona a possibilidade de Luiz Felipe Scolari retornar como coordenador técnico.
Por exemplo, a preferência por um técnico brasileiro reflete o desejo de alguém que entenda o “DNA gremista”. Apesar disso, a urgência do clássico e a posição na tabela complicam as negociações. A direção planeja anunciar o substituto até a próxima semana, antes do jogo contra o Godoy Cruz pela Sul-Americana. Portanto, a escolha do novo técnico será crucial para resgatar a confiança da torcida e evitar uma temporada marcada por mais frustrações.
O Impacto da Crise no Gre-Nal e na Temporada
A demissão de Quinteros chega em um momento delicado: o Gre-Nal 447, no sábado, é visto como divisor de águas. Com o time na 17ª colocação, uma derrota para o rival Internacional pode aprofundar a crise. Por exemplo, o UOL destaca que o Grêmio venceu apenas uma das quatro partidas no Brasileirão, contra o Juventude, mostrando dificuldades contra times de elite. Além disso, a Sul-Americana, onde o Tricolor estreia contra o Sportivo Luqueño, exige recuperação rápida.
Contrariando o otimismo do início do ano, o Grêmio enfrenta pressão interna e externa. A torcida, que já pendurou faixas de protesto, espera uma reação imediata. Similarmente, a imprensa argentina, como o Olé, destacou a queda de Quinteros como uma virada drástica: “De campeão na Argentina a demitido no Brasil.” Assim, a demissão de Quinteros coloca o clube em uma encruzilhada, onde o próximo técnico terá a missão de reerguer um time abalado emocionalmente e taticamente.
A demissão de Gustavo Quinteros, anunciada após a goleada de 4 a 1 para o Mirassol em 16 de abril de 2025, marca um dos momentos mais turbulentos do Grêmio na temporada. A derrota, com destaque para a “lei do ex” de Reinaldo, expôs a fragilidade de um projeto que prometia muito, mas entregou pouco. A torcida, em protestos fervorosos, cobra mudanças no elenco e na gestão, enquanto a direção corre para encontrar um novo técnico antes do Gre-Nal. Nomes como Dorival Júnior e Mano Menezes trazem esperança, mas o tempo é curto. A demissão de Quinteros é mais que uma troca de comando; é um alerta para o Grêmio repensar seu caminho e reconquistar a confiança de sua apaixonada torcida. Que o próximo capítulo traga alívio aos tricolores.