Em 19 de outubro de 2024, as jogadoras do Corinthians vibraram com o pentacampeonato da Libertadores Feminina, vencendo o Santa Fe por 2 a 0. A alegria, porém, virou decepção. O clube, que ganhou R$ 11,6 milhões da Conmebol, não pagou a premiação prometida às atletas. Dividido em seis parcelas, o valor deveria cair na conta todo mês, mas a de abril, com vencimento no dia 10, não chegou. “Sempre a mesma desculpa: não tem dinheiro, não tem caixa”, contou uma jogadora, sem revelar o nome, ao Fut das Minas. Esse atraso, anunciado em 30 de abril de 2025, machuca o elenco que brilhou em campo. Vamos entender o que está acontecendo e como isso afeta as “Brabas”.
Premiação Presa: O Que Está Travando o Pagamento?
O Corinthians enfrenta um aperto financeiro, e a premiação da Libertadores 2024 é vítima disso. Desde janeiro de 2025, o clube lida com bloqueios judiciais que seguram o dinheiro. Um caso envolve o empresário André Cury, que trava receitas por uma dívida antiga. Esses bloqueios, diz a diretoria, bagunçam o caixa, atrasando a premiação. Em fevereiro, após conversas com as jogadoras, o clube parcelou o valor em seis vezes, começando no dia 10 de fevereiro. A parcela de abril, porém, não veio, deixando a premiação pendente.
Os salários das atletas estão em dia, o que alivia um pouco. Mas a premiação, cerca de R$ 175 mil por jogadora, é um reconhecimento pelo título. A diretoria mantém contato com o elenco, mas não deu prazo claro para pagar. Uma mensagem no WhatsApp prometeu quitar a premiação até a primeira semana de maio, se entrarem novos recursos. Para as jogadoras, esperar cansa, principalmente sabendo que o clube já recebeu a premiação da Conmebol.
O Peso do Atraso nas Jogadoras
O atraso na premiação dói além do bolso. As “Brabas” conquistaram três títulos em 2024 — Libertadores, Brasileirão e Supercopa — e esperavam o pagamento como prova de valorização. “Todo mês, uma desculpa nova. Em março, culparam o carnaval. Agora, silêncio”, disse uma atleta ao Fut das Minas. Esse vai e vem abala o ânimo, mesmo com os treinos seguindo para 2025, quando o time defende os títulos. A premiação é um símbolo do esforço delas.
Mesmo assim, as jogadoras mostram força. Apesar da saída de nomes como Gabi Portilho, o clube trouxe Andressa Alves e Dayana Rodriguez. O novo diretor, Carlos Roberto Elias, assumiu, mas ainda não se reuniu com o elenco. A falta de clareza sobre a premiação irrita. Para as atletas, é como se o clube esquecesse o que elas fizeram. O atraso na premiação machuca, mas elas seguem treinando, mostrando que a garra vai além do dinheiro.
Um Velho Problema: Atrasos que se Repetem
O atraso na premiação da Libertadores 2024 não é novidade. Em 2023, o Corinthians demorou a pagar o bônus do Paulista e deixou 70% das premiações do Brasileirão e da Libertadores pendentes, mesmo com R$ 11 milhões recebidos. Esse padrão preocupa. A Conmebol já pagou a premiação de 2024, mas o dinheiro some nos problemas financeiros do clube, que deve R$ 2,4 bilhões, incluindo R$ 657 milhões da Neo Química Arena.
Os bloqueios judiciais complicam, mas a má gestão do caixa também pesa. A premiação deveria ir direto para as jogadoras e a comissão técnica, mas fica presa nas contas do clube. Para as atletas, é frustrante saber que o dinheiro existe, mas não chega. O histórico de atrasos na premiação mostra que o Corinthians precisa organizar melhor suas finanças para não repetir o erro.
A Imagem do Corinthians em Jogo
O Corinthians é gigante no futebol feminino, com cinco Libertadores e uma torcida fiel. Mas o atraso na premiação arranha essa fama. A reclamação das jogadoras, amplificada por sites como Fut das Minas, chega aos torcedores. No X, fãs cobram: “Elas ganham o título, o clube embolsa o dinheiro, mas não paga a premiação”. Essa crítica dói, porque as “Brabas” são um orgulho para a Fiel.
O problema também afeta o futuro. Com a saída de nove jogadoras e a concorrência de clubes como Palmeiras, atrasos na premiação podem afastar talentos. A Conmebol aumentou a premiação da Libertadores em 17,64% em 2024, mas, sem chegar às atletas, o avanço perde sentido. O Corinthians precisa pagar a premiação para proteger sua imagem e manter o elenco forte.
O Futuro da Premiação e do Elenco
A promessa de pagar a premiação em maio é uma esperança, mas não apaga os erros. O Corinthians precisa arrumar a casa financeira para não atrasar de novo. O novo diretor, Carlos Elias, pode ajudar, mas precisa agir rápido. A CBF ainda não divulgou o calendário de 2025, mas as jogadoras já treinam para defender os títulos. A premiação atrasada é uma sombra nesse trabalho.
As “Brabas” seguem firmes, como mostraram na campanha invicta da Libertadores. Para elas, a premiação é mais que dinheiro: é respeito pelo suor em campo. Enquanto o clube enfrenta dívidas e bloqueios, as jogadoras esperam que a diretoria cumpra a palavra. Pagar a premiação é o mínimo para valorizar quem faz o Corinthians brilhar.
Premiação e Valorização: Uma Dívida Moral
O atraso na premiação da Libertadores 2024 escancara os problemas financeiros do Corinthians. Com uma dívida de R$ 2,4 bilhões e bloqueios judiciais travando o caixa, o clube não consegue pagar as jogadoras. A promessa de quitar a parcela de abril até maio de 2025 traz um fio de esperança, mas o histórico de atrasos, como os de 2023, deixa todo mundo com o pé atrás. As “Brabas” não merecem essa espera. Elas conquistaram o pentacampeonato, driblaram gramados precários e colocaram o Corinthians no topo do futebol feminino. A premiação, estimada em R$ 175 mil por atleta, é mais que dinheiro: é o reconhecimento pelo suor e pela dedicação. A diretoria precisa colocar as jogadoras em primeiro lugar e resolver essa pendência logo, antes que a frustração vire desânimo. O futebol feminino vai além de taças; é sobre valorizar quem luta. Enquanto a premiação não chegar, o Corinthians deve às “Brabas” respeito e gratidão, muito além de qualquer quantia.
As jogadoras, que enfrentaram longas viagens e jogos desgastantes, deram tudo em campo. Cada gol, cada defesa, foi para honrar a camisa. Mas o atraso na premiação faz parecer que esse esforço não é prioridade. Torcedores, indignados, cobram nas redes: “Paguem as meninas!”. A diretoria sabe do peso disso, mas as desculpas repetidas — “sem caixa” — só aumentam a tensão. Pagar a premiação é o mínimo para mostrar que o clube valoriza suas campeãs.